segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Infelicidade no trabalho indica hora de sair do emprego

(extraído do Portal R7)

Vontade de mudança vem da falta de desafios e da inexistência de oportunidades

Você acorda para trabalhar, mas não tem vontade nenhuma de sair de casa? Quando começa o expediente, a única coisa que vem à cabeça é a hora de ir embora? Você adia sempre que possível as tarefas do dia a dia? Se houve pelo menos um “sim” a essas perguntas, isso pode significar que chegou a hora de mudar de emprego. Gestores de carreiras são unânimes em dizer que a infelicidade é o mais importante sinal de que algo não vai bem no trabalho.

Melina Graf, gerente de planejamento de carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos, afirma que a insatisfação pode atingir todos, independentemente do nível hierárquico ou da área de atuação, e tem duas origens: a falta de desafios para o funcionário e a inexistência de oportunidades para ele se desenvolver.

- O profissional percebe que tem que sair quando está desmotivado, seja porque está há muito tempo na mesma função sem perspectiva, já não agrega mais nada à empresa ou é deixado de lado em decisões importantes. Hoje, as pessoas querem sempre novas tarefas para superar. Falta de desafios e de crescimento são as maiores queixas de quem troca de emprego.

Daniella Correa, consultora de RH da Catho Online, afirma que a hora de buscar outras oportunidades está diretamente relacionada à falta de perspectivas de desenvolvimento profissional na empresa em que atua.

Uma pesquisa feita com executivos pelo site de classificados de currículos e empregos mostrou que mais de um em cada três (36,4%) profissionais apostavam na “perspectiva de crescimento na empresa” como maior motivo para aceitar um novo emprego. O segundo era só porque “estava desempregado” (citado por 16,4% deles). Mais de 16,2 mil foram ouvidos.

Os que sofrem primeiro com a insatisfação no trabalho são justamente os que não gostam do que fazem. Isso porque quem se identifica e se motiva com o que faz, não teria por que largar o emprego.

Só salário não segura

Melina diz que outros fatores também contam para esta decisão. É aqui que entram o peso do salário e a característica do ambiente de trabalho. Os especialistas ressaltam que o salário já não é mais o primeiro nem o segundo motivo para mudar de emprego, mas ainda faz diferença.

- Às vezes a pessoa quer sair para ganhar mais porque o mercado está pagando mais. Se a empresa subvaloriza o empregado, é hora de ele procurar outra coisa mesmo; mas há quem fique em uma companhia, ganhando menos, porque o ambiente é bom.

Daniella afirma que, ao deixar uma empresa, o profissional precisa comparar o potencial de crescimento no lugar em que está com aquele para onde pode ir, isto é, conversar com colegas e superiores para tentar achar o real motivo de insatisfação ao mesmo tempo em que analisa o andamento do mercado em que a empresa atua e as novas chances e benefícios que possam surgir.

- Um salário ou mesmo benefícios mais atraentes não devem, sozinhos, servir como justificativa para a mudança de empresa, pois se não houver motivações profissionais, a mesma levará à frustração. É importante ter um retorno, um feedback sobre a situação toda para saber o que pode melhorar.

A competição no mercado de trabalho de hoje faz com que mesmo o chefe mais camarada ou a equipe mais inspiradora não sejam capazes de manter seus empregados como antigamente – quando se podia passar a vida profissional em uma única empresa. A média de permanência dos funcionários em uma companhia é de quatro a cinco anos.

Melina avalia que os jovens aprenderam a se valorizar. Nem sempre as empresas mudam com tamanha velocidade, o que mina as perspectivas de crescimento desse grupo. Não é raro que eles mudem de emprego só porque a empresa concorrente incentiva a criatividade dele ou dá espaço para que ele opine mais do que o local onde ele está.

- Esse grupo quer novos desafios, cargos ou salários maiores. A palavra de ordem mudou de segurança para desenvolvimento e desafio. Quem é competitivo, é procurado. A empresa pode querer esse profissional porque ele faz diferença, mas ela tem que perceber que sua concorrente também quer.

Para se manter competitivo, só uma formação acadêmica não basta mais. É preciso sempre estar atualizado, falar outro idioma, estar atento às novas tecnologias, principalmente nos mercados que dependem delas, ter um bom relacionamento com os colegas ou com clientes e estar preparado para gerir pessoas.

Avaliando a saída
 
Mas como avaliar o momento certo de mudar? Cinco perguntas ajudam a achar a resposta.

“Quando foi a última promoção” é bom para saber se a empresa nota o funcionário e o premiou por bons resultados recentemente.
“O salário satisfaz?” Quem precisa daquele dinheiro para sustentar a família nem sempre pode se dar ao luxo de mudar de emprego e passar a ganhar menos. Mas quem tem salário menor que o do mercado e não se satisfaz no cargo se frustra duplamente.

“Quais desafios que posso superar” serve para avaliar as tarefas futuras, as metas a serem batidas e como isso pode se traduzir em vantagem ao empregado: seja em aumento de salário, bônus ou uma promoção.

“Como é o ambiente” tem a ver tanto com o relacionamento com os superiores, pares ou subordinados quanto com o modo como a empresa incentiva o funcionário – promovendo a educação ou funcionando como ambiente democrático em que todos são ouvidos e respeitados. Empresas que não investem em seu capital humano ou em que o chefe é um tirano é um péssimo local.

“Quanto estou motivado no dia a dia?” Somente o profissional pode saber qual o esforço que ele faz para ir trabalhar todos os dias e pode avaliar se trabalha feliz.

Em uma característica os especialistas em recursos humanos são unânimes: no mercado de trabalho competitivo de hoje, quem não mudou de emprego, vai mudar. Outra opinião comum é que o trabalhador deve saber manter a porta aberta: já que nada impede que ele volte para uma empresa da qual já se demitiu.

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